ATIVIDADE 1 - TEOL - HISTÓRIA E TEOLOGIA DA MISSÃO INTEGRAL - 54_2024
TEXTO 1
A Frente Parlamentar Evangélica é majoritariamente composta por não evangélicos(as) – 54% do total de seus membros. A composição da Frente Evangélica reproduz a desigualdade de gênero observada na Câmara, embora, nela, a sub-representação feminina seja ligeiramente menor (16,7% mulheres; 15% homens).
Destaca-se a participação relativa da Frente na apresentação de projetos sobre os temas direito penal, defesa e segurança e processo legislativo. Na chamada “pauta de costumes”, a participação da Frente no conjunto de projetos apresentados também foi expressiva, cerca de 40%. Não foram os membros da Frente, contudo, os autores do conjunto de projetos aprovados sobre o assunto.
A análise da intensidade de engajamento dos parlamentares da Frente Evangélica sobre quatro temas de interesse da sociedade civil brasileira (Meio Ambiente, Amazônia, Direitos Humanos e Agropecuária) também revela poucas diferenças com relação ao restante da Casa. As médias dos índices de ativismo de tribuna (IAT) da Câmara e da Frente se assemelham em todos os casos, embora parlamentares da Frente discursem mais sobre “direitos Humanos” e menos sobre “agricultura e pecuária”. No tema “direitos humanos”, destacam-se discursos relativos à “segurança e justiça” em alinhamento com o grande volume de proposições apresentadas sobre o assunto. Pautas geralmente associadas pelo público em geral à Frente Evangélica, a exemplo de cor e raça, sexo e gênero e liberdade religiosa são objeto de discurso de menos de 20% dos parlamentares que a compõem.
A Frente Evangélica do Congresso Nacional tem impacto relevante no processo legislativo por seu tamanho e composição, mas seu trabalho legislativo favorece muito mais a posição do governo na Câmara do que a da comunidade evangélica em geral. Ela não se destaca na alavancagem de projetos supostamente caros ao grupo e tampouco na comunicação política relativa ao assunto. Ou seja, eventuais avanços legislativos em questões potencialmente de interesse dos evangélicos são aparentemente fruto das preferências da Câmara em geral, mais do que dos esforços e iniciativas da Frente Parlamentar.
GERSHON, D. Atuação da frente parlamentar evangélica na Câmara dos Deputados. Disponível em: <https://olb.org.br/atuacao-da-frente-parlamentar-evangelica-na-camara-dos-deputados/>. Acesso em: 13 set. 2022.
TEXTO 2
Subjetividade e visão política poderão ser ampliadas e deslocadas com a ajuda de uma renovada teologia do reino de Deus, tema tão caro tanto à teologia da libertação quanto à da missão integral. Uma teologia do reino que ultrapasse a contribuição rica, mas já insuficiente, da visão dialético-escatológica do “já-ainda não” e desenvolva uma nova visão da temporalidade messiânica. Uma teologia do reino que ultrapasse a ainda necessária discussão sobre os modelos políticos e se concentre na própria noção de poder, um poder emancipador e não um poder estratégico-dominador. Uma teologia do reino que ultrapasse o dilema igreja-mundo e incorpore a pluralidade de expressões religiosas e culturais da boa nova messiânica, que não pode ser reduzida ao mero cristianismo. Uma teologia do reino que ultrapasse a discussão sobre a relação pecado-salvação e nos ajude a compreender e a nos relacionar melhor com o próprio Deus que reina, descendo às raízes da reflexão teológica para que não permaneça mais prisioneira do modelo teísta de compreensão do divino e suas consequências. Uma teologia do reino, enfim, regada a orações e lágrimas.
[...]Tem sido comum em campanhas eleitorais pós 1990 o apelo à crença religiosa para a conquista de apoios e de votos. Esse apelo vem tanto de políticos interessados em ganhar eleições, quanto de lideranças religiosas interessadas em usufruir de benefícios pós-campanha (no caso de a pessoa apoiada ser eleita).
ZABATIERO, Júlio Paulo Tavares. História e Teologia da Missão Integral. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018, p.143;145.
A partir do contexto brasileiro recente, tendo como base argumentativa a leitura das páginas 144 a 150 do livro da disciplina, bem como todo seu escopo teórico, elabore um texto entre 300 e 600 palavras apontando 1 ponto negativo na presença religiosa no ambiente político e 1 ponto afirmativo sobre a vida e ação das igrejas cristãs que, em linguagem teológica, visam ser sinais do Reino de Deus no tempo presente. Selecione entre os pontos discriminados por Zabatiero e disserte sobre cada um dos pontos escolhidos.
Argumente utilizando linguagem acadêmica, trazendo sempre uma reflexão de perspectiva crítica em relação a igreja cristã e sua relação com a sociedade contemporânea nos termos que foram apontados acima. Se fizer uso de argumentos de algum autor, faça a devida citação conforme as normas ABNT, referenciando as fontes no final.