TEXTO 2
"As sociedades europeias dos séculos que marcam o início da modernidade tinham uma religiosidade exacerbada, digo religiosidade entendendo-a como formas e práticas para além do limite institucional, vivenciados nas mais diversas configurações. No entanto, o discurso dos religiosos, como padres, bispos, arcebispos e freis, sempre teve grande recepção e repercussão no ocidente europeu. Trabalhar com o medo sempre foi, desde os tempos imemoriais, uma excelente tática de se fazer ouvir, um trunfo. Neste aspecto, as mazelas pelas quais a sociedade passava serviu de munição para Igreja, que intensificou a ideia de: arrependei-vos, pois o fim está próximo.
Na segunda metade do século XIV, a ascensão do forte medo escatológico estava ligada à difusão da Peste Negra e também dos problemas relacionados ao grande cisma que dividiu a cristandade ocidental entre Avignon e Roma, colocando em xeque a legitimidade entre as massas de excomungados de ambos os lados. Nesses tempos, estoura a Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra, no início, impulsionada por disputas sucessórias ao trono francês, depois acentuada pela dominação da rica região de Flandres. São desse período as revoltas populares, ocasionadas nas regiões onde se instalaram os conflitos da guerra em questão, ocasionados pelos altos impostos cobrados para a manutenção do conflito" (Oliveira; Silva, 2018, p. 81).
Fonte: OLIVEIRA, F. R. de; SILVA, S. H. J. História da Igreja I. Maringá: UniCesumar, 2018.
Considerando o contexto da pandemia de Covid-19, explique, em um texto dissertativo de 250 a 350 palavras, como líderes políticos e religiosos podem se valer do medo escatológico para promover agendas pessoais em detrimento das medidas sanitárias cruciais para a saúde pública. Utilize exemplos históricos e contemporâneos para embasar sua análise, considerando a influência do medo escatológico na formulação de políticas e no comportamento social.